O educador e gerente executivo de ensino e inovações da plataforma Sides, Idelfranio Moreira, afirmou que a supervisão de pais e responsáveis sobre o uso de telas por crianças e adolescentes é indispensável. “Se é o menor, quem tem que dar limite nele é o pai, a mãe, o responsável e os educadores. Se ele está acessando a internet, quem paga o plano de dados? Quem comprou o celular para ele?”, questionou Moreira.
O educador comparou os hábitos de consumo de mídia de décadas passadas com o cenário atual. “Na minha época, o papai dizia: ‘desliga a televisão’. A autoridade estava feita. Hoje, o quarto pode ser o lugar mais perigoso, porque o dispositivo está na mão da criança”, disse ele, em entrevista à CBN Natal.
Sobre a recente discussão em torno da proibição do uso de celulares nas escolas, Moreira destacou: “O que está por trás disso não é a proibição do celular. É a proibição das redes sociais, e não é na escola, é na vida e no cérebro das crianças e dos adolescentes”. Ele explicou que a lei ajuda a colocar o tema em pauta: “Como a gente não deu conta de fazer isso sozinho, em casa, na sala de aula, a lei ajuda, porque por imposição de lei bota a conversa na pauta”.
Moreira relatou que já realizou mais de 30 palestras sobre o tema e que a procura por esse tipo de orientação aumentou. “O que eu mais escuto dos pais nas palestras é: ‘Eu não sabia que estava fazendo isso com o meu filho’”, contou. Segundo ele, os impactos das redes sociais vão além do comportamento. “Hoje a gente tem dados da ciência que mostram que o uso desde a infância atrapalha o processo de maturação do cérebro humano”, alertou.
Para o educador, o controle digital e a supervisão presencial são necessários. “A internet permite que se faça na vida virtual o que não se faria na vida real. As consequências não são iguais, mas os danos podem ser”, avaliou. Ele concluiu que a solução passa por decisões firmes: “Você está deixando na mão de uma criança. Você tem que tomar uma decisão. Ela tem que aprender a lidar com isso, mas precisa de supervisão”.
